História da PE

ORIGEM DA POLÍCIA DO EXÉRCITO

Na guerra da Tríplice Aliança, em Tuití o patrono do Exército Duque de Caxias designou um dos seus batalhões para ser empregado como polícia do acampamento, dando origem à missão da Polícia do Exército em campanha, nos moldes semelhantes da atualidade.

A organização de uma unidade para atuar com a função de polícia foi mais uma exigência ditadas pela necessidade de se adaptar o Exército Brasileiro à nova estrutura da segunda guerra mundial para operar em combate. Como se tratava de uma tropa especial teve que ser criada sua origem vem dos Decretos Reservados 6069A, 6071A, 6072A, 6073A, todos de 06 de dezembro de 1943 que criou a tropa especial da 1º Divisão de Infantaria Expedicionária.

Em 05 de fevereiro de 1944, por boletim especial do exército o Pelotão de Polícia Militar (brasileiro) teve sua formação no 3º Regimento de Infantaria, comandada pelo então General Euclydes Zenóbio da Costa, que de acordo com o regulamento, foi organizado em duas seções – uma de tráfego e outra de polícia, com três e dois grupos respectivamente. Atribuía-se ênfase especial ao tráfego, pois além de o comandante daquela seção ser um oficial, ao próprio comandante do Pelotão, denominava-se, também, “Inspetor de Tráfego”.

Dado ao desconhecimento quase absoluto do Exército sobre questões policiais e de tráfego, pensou-se em aproveitar de alguma corporação já existente, a experiência necessária. Assim, do núcleo original formado por 19 homens do Exército, formou-se um contingente de 44 voluntários, oriundos da Guarda Civil de São Paulo. O Pelotão de Polícia Militar da Força Expedicionária Brasileira – FEB, foi sediado provisoriamente no QG da 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária, e posteriormente, acantonado na Companhia Escola de Intendência.

Na Itália, após a chegada, a tropa de Polícia Militar passou por períodos de treinamentos para adaptação ao terreno e aos novos armamentos disponibilizados pelos EUA à FEB – Força Expedicionária Brasileira para os enfrentamentos bélicos.

Nesse período, o Pelotão era comandado pelo Ten. José Sabino Maciel Monteiro, oficial temporário da arma de cavalaria, o qual configurou-se como sendo o primeiro oficial a comandar uma tropa de Polícia Militar do Exército Brasileiro (PE), em tempo de guerra, após a sua organização. Este jovem oficial foi ferido em combate e, tendo por seus atos destemidos, recebido o reconhecimento pelo seu batismo de fogo, com a medalha ‘Bronze Star” outorgada pelo governo americano.

É digno de registro afirmar que o Tenente Maciel Monteiro foi um jovem cidadão, que à época dos conflitos bélicos no velho continente, estudava medicina e trabalhava como servidor público na Secretaria da Segurança Público do estado de São Paulo. Por necessidades de efetivos, e devido a sua capacitação educacional, aliado ao local em que desempenhava seus afazeres (SSP/SP), foi convocado para servir ao Exército e à Pátria, indo portanto, ao final do seu adestramento, combater o nazi facismo, no front da Itália. Algum tempo depois, o diretor da Guarda Civil de São Paulo, colocava a disposição da 1º DIE todo o seu pessoal para que dela saísse o contingente principal do Pelotão de Polícia.

O oferecimento foi aceito, tiveram desempenho importante neste episódio o Major Luis Saldanha da Gama, recém nomeado Chefe do Serviço Especial da FEB e o Major Luis Gonzaga da Rocha, chefe de Polícia. Esses dois chefes fizeram ver as autoridades militares da FEB a enorme vantagem de aproveitamento dos homens da Guarda Civil de São Paulo, além de ter treinamento necessário para os serviços de polícia e de trafego, essa tropa era composta de homens selecionados, com porte físico avantajado e marcial.

O Pelotão de Polícia então foi organizado em sua maioria com elementos oriundos daquela conceituada corporação policial de São Paulo e desde o seu início se destacou do resto da FEB por seus uniformes bem cortados, aparência marcial e um perfeito treino para o exercício da missão a que estava destinado.

Foi sem dúvida a unidade da FEB que já embarcou do Brasil para os campos da Itália com treino especializado e em pouco tempo distinguiu-se das demais sabendo adquirir a confiança de seus comandantes. Esse preparo foi muito importante para a FEB, pois o Pelotão de Polícia iria exercer tarefa vital, que era dirigir o fluxo de tráfego em zonas de combate, quer dentro da neblina artificial que durante o dia mascarava o movimento das tropas aliadas, quer durante a noite, no mais rigoroso regime de BLACKOUT. Muitos problemas de interrupção de tráfego e acidentes foram evitados, assim como vidas foram poupadas pelo eficiente comportamento deste pelotão.

Quem foi motorista na FEB não esquece a figura do MP (MILITARY POLICE) nome inicialmente dado a Polícia do Exército durante a campanha na Itália, postados em uma encruzilhada ou na cabeceira de uma ponte, dando as informações precisas mandando aguardar ou avançar.

Os membros do pelotão iam à frente de combate ou na retaguarda com a missão de organizar o tráfego de veículos em comboio, carros de combate e deslocamento de tropas a pé. Essas missões obrigavam os MP a permanecerem em seus postos e em muitas vezes sob forte bombardeio inimigo.

Os membros do pelotão tinham características que os distinguiam do resto da tropa da FEB, como por exemplo na gola do uniforme ostentavam um distintivo com duas garruchas cruzadas em metal dourado (até hoje usado com um dos símbolos da Polícia do Exército) e uma braçadeira azul marinho com as letras MP (Military Police), no capacete havia uma bandeira brasileira tendo aos lados as letras M a direita e P a esquerda e duas faixas amarelas e atrás o distintivo do V exército americano.

O Pelotão inicialmente foi comandado pelo 1º Tenente Walmir de Lima e Silva e posteriormente pelo 1º Tenente José Maciel Miler, o pilotão embarcou em escalões, o primeiro acompanhou a tropa do 6º RI e integrou o destacamento da FEB, ficando diretamente sob o comando do General Zenóbio da Costa que a partir desse momento passou a dar especial atenção a esta tropa, procurando aprimorar sua capacidade profissional e sua apresentação.

Em 26 de Março de 1945, por necessidade do serviço, o pelotão foi transformado em Companhia de Polícia e nessa qualidade continuou a prestar seus estimáveis serviços a FEB, até o retorno também feito em escalões. Os serviços não cessaram com o fim das hostilidades a companhia de Polícia continuou a operar como antes responsável pelo tráfego, pelas atividades de polícia propriamente ditas como a guarda de presos entre outras atividades inerentes ao Policial do Exército.

O efetivo do Pelotão de Polícia Militar, por ser uma tropa altamente adestrada e com missão específica no teatro de operações, pois foi organizada aos moldes do modelo americano, onde em sua Divisão de Infantaria contava com um Pelotão de Polícia Militar (Military Police Platoon), era subordinado diretamente ao General Zenóbio da Costa, Comandante do 1º Escalão da FEB na Itália.

Os serviços administrativos militares brasileiros deixaram registrados que a tropa de Polícia Militar (leia-se PE) desembarcou no Rio de Janeiro, no dia 22 de agosto de 1945, e sido acantonada na Escola Militar do Realengo. Até hoje, encontram-se nos assentamentos dos “pracinhas”, registrados os seus feitos e suas façanhas que tanto engrandecem o nosso espírito de brasilidade.

Por dever de justiça aos vultos históricos miliares brasileiro, e suas andanças pelos campos da Itália, nos conflitos da 2ª Grande Guerra, não podemos deixar de reverenciar o Ten. José Sabino Maciel Monteiro, como sendo o Primeiro Comandante PE, em tempo de guerra, batizado pelo fogo inimigo.

Após ser deslocado do acantonamento inicial, a tropa PE foi acantonada, também, na antiga Companhia de Intendência, em Benfica. No dia 15 de dezembro do ano de 1945, portanto no mesmo ano de encerramento dos conflitos, o jovem Sabino Maciel Monteiro, já promovido ao posto de Capitão de Cavalaria, passava o comando da sua subunidade ao seu sucessor.

Certamente já havia cumprido com a sua missão em defesa da Pátria e da liberdade, na guerra e na paz, frente a Polícia Militar do Exército Brasileiro.

Em tempo de paz, o Gen. Div. Domingos Ventura Pinto Júnior, ex-combatente da FEB, ex-comandante do 1º BPE, e ex-Vice-Presidente da Associação dos ex-combatentes da FEB, teve a sua vida dedicada à Polícia do Exército, restando com tanto, seu nome sido indicado para a denominação histórica do 2º Batalhão de Polícia do Exército (2º BPE) de São Paulo.

O General Ventura começou a escrever sua história na Polícia do Exército em 1945, no salão de armas do Navio Transporte Americano General Meigg, que, por ocasião do fim da guerra, estava zarpando para o Brasil, quando o Gen. Zenóbio da Costa colocou em seu braço esquerdo “o primeiro braçal da Polícia do Exército em tempo de paz”.

Desde então o Gen Ventura passou a divulgar de forma incansável pelo País a atuação do Brasil na 2ª Grande Guerra, e como surgiu neste conflito a Polícia do Exército.

Com o embarque da FEB de volta ao Brasil O General Zenóbio da Costa determinou que o Capitão de Infantaria Domingos Ventura Pinto Junior, tivesse a honra de ser o primeiro PE em tempos de paz, cabendo ao capitão com seu pelotão cuidar da disciplina interna do navio, desta forma o Capitão Ventura tornou-se o símbolo do policial do exército, ou o PE número um como ele é conhecido.

Essa unidade não se dissolveu com a extinção da FEB, a guerra tinha mostrado que o Exército, mesmo em tempo de paz, necessitava de unidades especializada desse tipo. Em novembro de 1948 a companhia de polícia passou a ter autonomia administrativa e posteriormente constituiu-se no 1º Batalhão de Polícia do Exército.

BATALHÃO ZENOBIO DA COSTA

O General Zenóbio, depois da experiencia com o Pelotão de Polícia da FEB, tinha como objetivo ratificar a atuação de uma tropa de elite que pudesse ser exemplo de disciplina e respeito no Exército Brasileiro.

Em fins de 1946, o General Zenóbio da Costa deu instruções pessoais ao capitão Evandro Guimaraes Ferreira, para providenciar, junto a 5º Região Militar a seleção de 400 homens que iriam constituir em 12 de agosto de 1947 a 1º Companhia de Polícia do Exército.

Entusiasmou-se o velho chefe com a primeira incorporação dos conscritos vindos do Paraná e Santa Catarina, tendo ele próprio ido esperar na estação central do Brasil o primeiro contingente que iria se transformar em homens de elite, de uma unidade de elite.

Da Central do Brasil o Marechal Zenóbio da Costa dirigiu-se ao quartel da PE, onde aguardou a chegada do contingente e no pátio fez uma saudação confortadora ao mesmo tempo que lhes disse que a Polícia do Exército é uma unidade disciplinadora e que eles deveria dar o exemplo, mostrando-se sempre austeros, bem uniformizados, cabeça levantada, disciplinados e que cumpre à risca uma mítica em que o CUMPRIMENTO DA MISSÃO é ponto de Honra.

A Disciplina tem que ser exemplar, pois o PE coíbe a indisciplina e para coibi-la o PE tem que ser disciplinado no mais alto grau, a Postura, a Atitude e o Decoro Militar são virtudes que impossibilitam ao transgressor revidar a uma repreensão. É essa porque o soldado PE é diferente dos demais. Não é melhor, nem é pior apenas diferente disse-lhes o Marechal Zenóbio da Costa, que eles teriam todo o conforto necessário e uma alimentação substancial e que em poucas semanas notariam sensíveis diferenças físicas.

Em 04 de abril de 1951 a Cia. PE passou a ser denominada 1º Batalhão de Polícia do Exército

Denominação Histórica:

A 19 de fevereiro de 1964, numa justa homenagem ao grande entusiasta e incentivador da Polícia do Exército a unidade recebeu a denominação de Batalhão Marechal Zenóbio da Costa

BATALHÃO GENERAL VENTURA

Em 25 de março de 1949 foi criado o Pelotão de Polícia do Exército do Quartel-General da 2ª Região Militar (QGR-2). No ano de 1952, em decorrência do aumento considerável de seus encargos tornou-se necessária uma alteração de efetivo, culminando na criação da 2ª Companhia de Polícia do Exército.

Em 1956, o General Zenóbio da Costa a visitou e, em 12 de junho de 1969, a 2ª Companhia enfim transformava-se no 2º Batalhão de Polícia do Exército.

Entre 1952 e 1995, o 2º BPE esteve instalado no aquartelamento do Ibirapuera, no município de São Paulo.

Foi transferido no início de 1996, para as imediações do Km 18 da Rodovia Castelo Branco, no município de Osasco, na Grande São Paulo. Ocupa até os dias atuais as antigas instalações do 2º Batalhão de Guardas, extinto em 31 de dezembro de 1995.

 

HISTORIOGRAFIA

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Fonte de pesquisa para a história da PE – sites:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Pol%C3%ADcia_do_Ex%C3%A9rcito_(Brasil)
http://veteranos2bpe.blogspot.com/p/historico-pe.html
http://www.portalfeb.com.br/policiais-do-exercito-quem-sao-voces/

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